Campeão olímpico no salto com vara retorna a Marília, sua cidade natal, fala da pressão pela medalha e prevê atingir a marca máxima em cerca de dois anos
Uma semana após fazer história na Olimpíada Rio 2016 ao conquistar uma surpreendente medalha de ouro no salto com vara, com recorde olímpico, Thiago Braz desembarcou no início da noite desta segunda-feira em Marília (440 km de São Paulo), sua cidade natal, para rever amigos e familiares, em especial seus avós que o criaram. Nesta terça, o atleta, já desfrutando da condição de ídolo, concedeu entrevista coletiva em um hotel da cidade para contar os detalhes de seu feito e os planos para a carreira.
A pedidos, Thiago Braz cumpre clichê e morde medalha de ouro durante entrevista (Foto: Reprodução / TV TEM)
Durante a entrevista, Thiago Braz, de 22 anos, foi "cobrado" não só pela manutenção de seu novo patamar de marcas – na final do salto com vara, ele superou pela primeira vez a marca dos seis metros ao cravar 6,03m –, como também pela quebra do recorde mundial da modalidade, de 6,16m, atualmente em poder do francês Renaud Lavillenie, que ficou com a prata no Rio de Janeiro.
– Preciso ter cuidado para não ser "sugado" [atleticamente], estou sendo preparado justamente para manter meus resultados e quem sabe alongar minha carreira até os 30 ou 34 anos, é possível. O recorde mundial, porém, só virá no médio prazo, em pelo menos dois anos – disse o atleta, que confirmou jamais ter superado a marca de seis metros nem mesmo em treinamentos.
O medalhista de ouro também falou sobre a pressão que sentiu na Rio 2016 ao entender que a conquista de uma medalha seria fundamental para manutenção de seu plano de carreira, que inclui o fato de seguir morando na Itália. Além disso, uma pressão inusitada chegou de sua avó, na véspera do salto consagrador.
– Entrei na prova sabendo que tinha de levar alguma medalha, mesmo que fosse a de bronze, que seria importante para meu futuro e para me manter lá fora treinando. Além disso, minha vó me ligou um dia antes da final e disse esperar que eu ganhasse pelo menos uma medalha pois ela tinha saído de Marília, passado por muitas dificuldades na viagem, e que eu não podia ser decepcionada. Já imaginou entrar na prova com um comentário desses de sua avó – disse.
O atleta confirmou que seguirá morando na Itália, onde treina na cidade de Fórmia, no centro mantido por seu técnico, o ucraniano Vitaly Petrov, e para onde segue já nesta quarta-feira para disputar novas competições na Europa. O novo ídolo mariliense anunciou que retorna à cidade em meados de setembro para, enfim, poder curtir a família com mais tempo.
Thiago Braz ao lado d marca que valeu o ouro: "Nunca tinha passado dos 6 metros nem em treino" (Foto: Agência Reuters)
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