Raio é o único atleta a disputar bateria que vale medalha em 2008, 2012 e 2016
Se a memória não funcionar, é só olhar para as fotos. Nos registros das últimas três finais olímpicas dos 100m masculino, o rosto de Usain Bolt é o único a se repetir. De caçula na decisão do ouro em Pequim a segundo mais velho no balizamento deste domingo - Justin Gatlin, de 34 anos, foi o "vovô" da prova -, o Raio consolidou-se como o maior velocista de todos os tempos e único tricampeão da prova mais nobre do atletismo. Uma geração se aposentou, outra se apresentou como o futuro, e o jamaicano seguiu reinando no topo do pódio.
- Eu me sinto bem em vencer, estar sempre na frente. Mas é e sempre bom ver caras jovens mostrando que estão prontos para assumir, correr rápido e manter padrão do esporte. Para mim o (Andre) De Grasse prova que está que pronto, foi bronze aqui e no Mundial (de Pequim). Sabemos que o futuro do esporte está em boas mãos.
RIO 2016
De Grasse, citado por Bolt como expoente da nova geração, é um canadense de 21 anos que vem mostrando regularidade nas grandes competições. Foi campeão pan-americano em Toronto 2015, bronze no Mundial de Pequim no mesmo ano e novamente terceiro colocado na Rio 2016. Foi um coadjuvante no duelo entre o Raio e Gatlin, mas cravou o melhor tempo da carreira 9s91 e chamou atenção do homem mais rápido do mundo. O lanterna da final, o americano Trayvon Bromell, também tem 21 anos e foi ao pódio na China em empate com De Grasse. Neste domingo, correu mesmo com uma lesão no calcanhar de Aquiles e acabou passando longe do pódio.
- É muito especial. Eu tinha 13 anos quando ele foi ouro em Pequim. Me lembro quando assisti Usain ganhar antes de começar no atletismo. Fiquei tão impressionado por estar na mesma corrida e ser parte da história. É uma sensação bonita. Em dois anos talvez não haja mais esses momentos como esse, então vou saborear - disse o jovem canadense.
Bolt cruza na frente de Gatlin e de Grasse, que ficam com a prata e o bronze, respectivamente (Foto: Agência Reuters)
LONDRES 2012
A final de Londres, que consagrou Bolt como bicampeão olímpico, contou com três jamaicanos e três americanos. Os outros dois atletas eram justamente outros dois remanescentes de Pequim, além do Raio e de Asafa Powell: o holandês Churandy Martina e Richard Thompson, de Trinidad e Tobago. Bolt venceu estabelecendo o novo recorde olímpico, 9s63, e teve no pódio a companhia do compatriota Yohan Blake e de Gatlin, que voltava ao grande palco após cumprir quatro anos de suspensão por doping. Tyson Gay, que ficou fora do pódio por apenas um centésimo, acabou desclassificado por falhar em exame antidoping. Asafa sofreu uma lesão na coxa e amargou a lanterna, sendo o único acima da casa dos 10 segundos.
Final de Londres foi dominada por americanos e jamaicanos (Foto: AFP)
PEQUIM 2008
Em sua primeira final olímpica, Bolt era o caçula. Tinha 21 anos e levaria o Ninho do Pássaro ao delírio ao quebrar o recorde mundial dos 100m com 9s69. Richard Thompson levou a prata, enquanto o americano Walter Dix ficou com o bronze. Gatlin não pôde competir devido à suspensão por doping.
Churandy e Thompson resistiram até a Rio 2016 e disputaram a fase classificatória dos 100m, mas passaram longe dos tempos que levaram às semifinais. Asafa integra a delegação jamaicana, mas não disputará nenhum evento individual. Correrá apenas o revezamento 4x100m.
Usain Bolt sai para o abraço após conquistar o primeiro ouro olímpico em Pequim (Foto: AFP)
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