quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Lucas versão 2016: vida sem Ibra, faro de gol e paciência por vaga na Seleção

Meia-atacante do Paris Saint-Germain analisa trabalho de Unai Emery e se 
mantém otimista por chance com Tite no Brasil: "Sempre penso que merecia estar lá"


Lucas Paris Saint-Germain (Foto: Reprodução/Twitter)Lucas e os objetivos para a temporada: ser titular no PSG e voltar a fazer parte da Seleção (Foto: Reprodução/Twitter)
A idade não esconde a juventude, mas a bagagem é de um meia-atacante experiente. Aos 24 anos, Lucas parte para a quinta temporada com a camisa do Paris Saint-Germain, mas prestes a encarar um novo cenário. Pela primeira vez o ex-jogador do São Paulo não terá ao lado Ibrahimovic, por anos a principal referência da equipe. O treinador é novo (Unai Emery substituiu Laurent Blanc), assim como o quarteto ofensivo, que ganhou Ben Arfa e deixou Cavani centralizado.

Os resultados da pré-temporada foram animadores: quatro vitórias, 12 gols marcados e taça da International Champions Cup, torneio amistoso realizado ao redor do mundo. No primeiro compromisso oficial, goleada sobre o Lyon e título da Supercopa da França. Individualmente, números de um artilheiro, com quatro bolas na rede. Porém, mesmo após o bom inicio, Lucas não foi lembrado na primeira convocação de Tite no comando da seleção brasileira. O site GloboEsporte.com conversou com o camisa 7 do PSG, que se revelou otimista por uma conquista europeia e destacou a necessidade de ter paciência para vestir novamente a camisa da Seleção.

Temporada nova, treinador novo... Quais suas primeiras impressões sobre esse PSG renovado?

Lucas: A pré-temporada foi muito positiva. A gente treinou bastante, ele trabalha muito, treino puxado, pegado. Fisicamente a gente vai estar muito melhor nessa temporada. Já conseguimos assimilar um pouco o que ele pede, a filosofia de trabalho. A gente está conseguindo entender e colocar em prática. Nos jogos fomos bem, com muitos gols. Participei bastante, então estou contente e muito otimista. Tem tudo para ser uma grande temporada para o time, primeiramente, e depois para mim. Tenho crescido bastante e chegou a hora de realmente tomar conta da minha vaga.

Você chegou até a ser capitão em alguns jogos da pré-temporada...

- O Thiago Silva acabou machucando e como na pré-temporada tem muitos jogadores que saem da base, acabei ficando como um dos mais experientes do grupo em algumas situações (risos). Não foi nada concreto, mas é legal, mostra que ele (Unai Emery) tem confiança. Estou aqui há bastante tempo. A gente procura aproveitar (...) É legal essa experiência, mas é difícil, não tenho muito esse perfil de liderança. Não tenho pretensão de ser capitão, mas quando aparece a oportunidade temos que assumir a responsabilidade e procurar desempenhar bem o papel, que não é fácil.
Ibrahimovic e Lucas PSG (Foto: AFP)Lucas fez parceria vitoriosa com Ibrahimovic no Paris Saint-Germain (Foto: AFP)
Desde que você está no PSG teve o Ibrahimovic do lado. O que o time perde e o que ganha com a saída dele?

- Tem muito mais a perder do que ganhar, claro. O Ibra, com a qualidade de decidir um jogo, fazer gols, é um artilheiro nato, era um ponto de referência para a gente. Também pelo respeito que ele impõe aos adversários, a moral que a gente entra em campo com a presença dele. É diferente. Vamos sentir nessa parte. Mas sendo um clube grande, o Paris Saint-Germain tem crescido muito nos últimos anos, tem a pretensão de brigar com os grandes clubes e está no caminho certo. Não podemos depender apenas de um jogador. Foram feitos outros investimentos, alguns jogadores chegaram e a gente continua com um elenco muito forte que pode chegar longe, mesmo sem o Ibra.

Se o Ibra saiu, veio o Ben Arfa. Expectativa é grande nesse trio com ele e Di María?

- São jogadores de muita qualidade, totalmente ofensivos, que tem a característica de partir para cima do adversário, incisivos. Deixa o time mais rápido e mais perigoso. Tem tudo para brilhar, para dar certo esse novo trio. Tem o Pastore, que também tem jogado bastante na função do número 10. Fica muito mais ofensivo o time. A primeira vontade do treinador é fazer do time mais consistente atrás, recuperar a bola mais rapidamente para esse trio ou quarteto ofensivo poder receber e decidir os jogos. Esse é o principal objetivo dele.
 Meu objetivo é me firmar de vez no time titular, segurar a vaga, aumentar as estatísticas, número de gols, assistências e conquistas."
Lucas
Para muitos você é uma certeza na Europa, outros ainda esperam algo a mais. Qual o seu pensamento para essa temporada?

- Eu sempre falo que no futebol a gente tem que estar provando a cada dia. É difícil falar que não tem que mostrar mais nada. Nos últimos anos eu tenho oscilado, jogos como titular, jogos na reserva, até pela concorrência que temos aqui, com grandes investimentos que foram feitos. Acabei ficando nessa, não tinha certeza se era titular ou não, apesar de ter sido muito boa a temporada passada, fiz 13 gols, entrei de titular em jogos importantes. Mas meu objetivo é me firmar de vez no time titular, segurar a vaga, aumentar as estatísticas, número de gols, assistências e conquistas .Não adianta melhorar e não conquistar nada. Quero me firmar na equipe e melhorar meus números. Estou muito otimista.

Você fala em conquista, mas sempre levou o título do Campeonato Francês. Está faltando a Champions?

- Sem dúvida. Não tem como esconder que é o nosso grande sonho, nossa obsessão é conquista da Liga dos Campeões. A gente sabe que é muito difícil, mas temos que ter paciência, porque é uma competição que vamos nos acostumando a cada temporada. Todo ano é alto nível, uma hora vamos conquistar. A gente está no caminho certo. Primeiramente o elenco, que temos, e segundo são os detalhes que faltam. Vamos ajustar, melhorar na parte tática, ser uma equipe mais organizada. Temos tudo para chegar mais longe nessa temporada.

Falando de seleção brasileira. Você acha que já esperou demais para ter uma sequência?


- Na nossa cabeça a gente sempre pensa que poderia estar lá, ser convocado e não foi. Mas é difícil apontar se o treinador errou ou não. No Brasil são milhões de treinadores, cada um faria uma lista diferente. Com as opções que a seleção brasileira tem, são muitos jogadores. Sempre penso que merecia estar lá, mas a questão não é essa, mas não se importar quando não vier a convocação. Não deixar o desânimo bater, não abaixar a cabeça, continuar trabalhando. A questão mais importante é quando vier a convocação, para aproveitar, agarrar a chance. Eu acredito bastante no meu trabalho, vou fazer o meu melhor para sentir depois aquele arrependimento de que podia ter feito algo a mais. Isso não posso deixar acontecer. Eu nunca deixei isso acontecer comigo.
Lucas Paris Saint-Germain (Foto: Reprodução/Twitter)Lucas em ação pela seleção brasileira: jogador ficou fora da lista de convocados de Tite (Foto: Reprodução/Twitter)


E o que espera desse novo ciclo na Seleção?

- Não tem como negar que a Seleção sempre foi um objetivo meu. Acho que todo jogador pensa assim, não tem como. Eu já tive esse prazer de participar um tempo, disputar campeonatos, mas eu quero mais. Quero me firmar lá também, quero fazer história com a camisa do meu país, da minha pátria. Essa troca de treinador dá um ânimo diferente, uma expectativa renovada. Uma oportunidade nova. É um momento de renovação, a Seleção busca uma identidade com o povo brasileiro. O Tite foi uma escolha acertada, por tudo que conquistou no Corinthians, está lá por méritos. Vou fazer de tudo para poder ser convocado, ser lembrado e agarrar a oportunidade. É continuar trabalhando e estou otimista com tudo. Fazer meu melhor aqui e deixar nas mãos de Deus.

Acha que o Tite era o cara para estar no comando?

- Gostei muito da escolha, é o cara que merecia estar lá. Conquistou muita coisa com o Corinthians, sem dúvida nenhuma era o nome que o povo brasileiro inteiro apoiou. Tem tudo para dar certo lá também. Parece um cara muito trabalhador, passou um tempo estudando na Europa. Foi o nome acertado. 

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