Poucos operários realizam trabalho de instalação elétrica e hidráulica. Cronograma está bem adiantado, mas não há previsão de quitar empréstimo de R$ 7 milhões
Se a cada treino Abel Braga monta o Fluminense versão 2017, a pré-temporada tricolor confirma um temor: o ritmo da obra do CT continua diminuindo e cada vez mais há o risco de ser paralisada. Sem previsão de pagamento do empréstimo feito para a construção, nenhum novo serviço foi contratado. O cronograma está bem adiantado, mas a realidade é de conclusão de trabalhos internos, o que torna praticamente impossível encontrar algum operário no local, na Barra da Tijuca.
Eram cerca de 50 homens trabalhando na região na reta final de 2016 - 90 em novembro, 150 no auge. Agora, o número não passa de 20. Na última semana, por exemplo, a reportagem do GloboEsporte.com não observou nenhum nas cinco sessões de atividades abertas à imprensa. Explica-se: eles concluem as instalações elétricas e hidráulicas da torre, o prédio administrativo, última parte erguida.
CT sem operários à vista: obras estão restritas a serviços internos na torre (Foto: Edgard Maciel de Sá)
- Muitos serviços estão acabando. Agora, o trabalho é mais interno e não dá para ver. Quando acabarem os serviços contratados, vai ficar apenas o pessoal da segurança, da conservação e da limpeza. Não há previsão para retomar as obras normalmente. Temos de esperar: é preciso pagar o passado e ter reserva para o futuro - confirma Pedro Antonio Ribeiro da Silva, vice de projetos especiais, que deu nome ao CT e financia o empreendimento.
Ainda não há previsão de pagamento a Pedro Antonio (Foto: Edgard Maciel de Sá)
Pelo contrato firmado entre Pedro Antonio e o clube, o teto do empréstimo é R$ 7 milhões. Como o valor foi alcançado, a contratação de serviços foi paralisada. Segundo o clube, o total investido na construção até agora foi de R$ 24 milhões. Faltam mais R$ 5 milhões para concluí-la. Mesmo assim, o discurso é de que está adiantada, afinal, pelo projeto inicial, o prédio de seis andares está de pé e ainda nem deveria ter sido construído.
- Tenho conversado com o Abad, mas até agora não há perspectiva alguma (de pagamento) - disse Pedro Antônio.
Inaugurado em 21 de julho, dia dos 114 anos do Tricolor, o CT recebeu o primeiro treino em 11 de outubro de 2016, época em que apenas a estrutura esportiva (dois campos, vestiário, piscina e academia) estava finalizada. Na reapresentação no grupo profissional, em 4 de janeiro, o departamento médico, o consultório dentário, a sala da nutricionista, o refeitório, a lavanderia e a cozinha industrial foram entregues. É necessário concluir ainda os quartos da futura concentração, a sala de imprensa, o auditório, o terceiro campo e a nova rua de acesso.
Ao tomar posse em 20 de dezembro passado, o presidente Pedro Abad reconheceu o débito com Pedro Antonio e prometeu quitá-lo. Disse que era uma questão de honra, uma prioridade:
- O reembolso do Pedro é prioridade, questão de honra. O mês e o dia, não sei priorizar. Mas é prioridade.
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