Hyoran e Fabiano admitem ser difícil controlar o lado emocional em jogo que marcará o recomeço do time após trágico acidente: "Levamos a imagem na cabeça", diz meia
Não existe profissionalismo que deixe Fabiano e Hyoran frios na tarde deste sábado na Arena Condá. Crias da Chapecoense, a dupla terá a oportunidade de voltar ao estádio em uma partida tão marcante: a do recomeço do clube após a tragédia aérea de vitimou 71 pessoas em 29 de novembro. Mas...estarão vestindo outro tom de verde. Em busca de espaço no Palmeiras, que será comandado pela primeira vez por Eduardo Baptista, eles admitem a dificuldade para se equilibrar na linha tênue entre a emoção e a razão.
Hyoran e Fabiano concedem entrevista, em Chapecó (Foto: Cahê Mota)
Contratado pelos paulistas ainda com o Brasileirão em andamento, Hyoran tem muito viva na memória a imagem dos companheiros. Integrante do grupo campeão da Sul-Americana, só não esteve no voo trágico em Medellín por conta de uma lesão e tem perceptível cuidado para se controlar. Muitas vezes, a mente não deixa.
– Levamos aquela imagem na cabeça, aquele momento, todo apoio da torcida. Não foi um momento fácil, mas eles nos deram força e temos que levar isso. O sentimento é de tristeza para sempre por perder todos os amigos e colegas, mas ficamos felizes por chegar aqui e ver a reconstrução da Chapecoense – disse o meia, na noite desta sexta-feira, no hotel em que o Verdão está hospedado, em Chapecó.
Nascido em Chapecó, Hyoran, de 23 anos, admite o desejo de participar da festa do título continental prevista para antes do jogo no gramado da Arena Condá. Neto, Alan Ruschel e Follmann receberão o troféu de campeão, e o meia quer ao menos beliscar uma medalha. Quando a bola rolar, porém, promete agir diferente.
– Dentro de campo o nosso trabalho é desempenhar um bom futebol e fazer o melhor. Não é questão de ter pena ou não ter pena. Se tiver que fazer o gol, vou fazer o gol. É normal do futebol.
Fabiano está de volta à Chapecó (Foto: Cahê Mota)
O discurso é similar ao de Fabiano. Catarinense de São João do Oeste, viveu de 2009 a 2014 dentro da Arena Condá. O pranto incontido dias depois de ser o herói do título brasileiro do Palmeiras, na volta para casa, deixa a noção do envolvimento com a Chape, refletido também em palavras.
– É um momento complicado por termos perdido tantos amigos e colegas de profissão que atuei junto, além de quase toda diretoria, comissão... Vivi quase cinco anos com ele. Ficamos com saudade dos que partiram, são pessoas que deixaram um legado e estavam no auge. Sempre que entramos em uma partida, somos cobrados, mas é um jogo especial e diferente.
Chapecoense e Palmeiras se enfrentam em amistoso intitulado de "Jogo da Amizade" às 16h30 (de Brasília) deste sábado, na Arena Condá. A expectativa é de que Eduardo Baptista utilize todos os jogadores durante a partida. O evento, entretanto, terá início por volta das 15h, com homenagens e tributos aos sobreviventes e vítimas.
– É um momento complicado por termos perdido tantos amigos e colegas de profissão que atuei junto, além de quase toda diretoria, comissão... Vivi quase cinco anos com ele. Ficamos com saudade dos que partiram, são pessoas que deixaram um legado e estavam no auge. Sempre que entramos em uma partida, somos cobrados, mas é um jogo especial e diferente.
Chapecoense e Palmeiras se enfrentam em amistoso intitulado de "Jogo da Amizade" às 16h30 (de Brasília) deste sábado, na Arena Condá. A expectativa é de que Eduardo Baptista utilize todos os jogadores durante a partida. O evento, entretanto, terá início por volta das 15h, com homenagens e tributos aos sobreviventes e vítimas.
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