quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Análise: Ponte Preta cai de produção após mudanças e perde vaga na mão

Depois de um primeiro tempo praticamente irretocável, Macaca sente falta de opções no banco, renasce o Galo em erro de Clayson e frustra torcida com vacilo no final





A Ponte Preta teve tudo para sair do Majestoso na noite da última quarta-feira classificada às quartas de final da Copa do Brasil. Teve o apoio de mais de 8,5 mil torcedores, teve superioridade a maior parte do tempo contra o Atlético-MG para fazer 2 a 0 e ampliar a vantagem - construída com o empate por 1 a 1 na ida, em Belo Horizonte. Teve a vaga na mão. Só não teve atenção na reta final para segurá-la: perdeu força com as saídas de Galhardo e Felipe Azevedo, deu chance ao Galo renascer em erro de Clayson e sofreu o duro golpe da eliminação quando Robinho marcou aos 40 minutos do segundo tempo. 
A Macaca fez um primeiro tempo praticamente irretocável. Com Felipe Azevedo e Galhardo entre os titulares, mesmo longe das condições físicas ideais, foi absoluta em campo. Sem querer saber de administrar, já saiu logo de cara abrindo o placar, com Roger, aos 12 minutos, em contra-ataque fulminante. Após roubada de bola de Clayson no meio, Maycon achou o atacante, que invadiu a área e tocou na saída de Victor. A atmosfera estava toda favorável. Talvez tenha faltado à Ponte aproveitá-la melhor. Roger teve chance de ampliar logo na sequência, e a Ponte pecou pelo menos três vezes no último passe, quando era para alguém sair na cara do gol. Não foram poucos os lances em que o time acelerava, e Eduardo, à beira do campo, pedia calma. 
Ponte Preta x Atlético-MG Copa do Brasil (Foto: Fabio Leoni / PontePress)Ponte foi absoluta no primeiro tempo e saiu na frente com gol de Roger (Foto: Fabio Leoni / PontePress)
Se a Ponte criou oportunidades, o mérito foi do sistema de marcação. O Galo foi praticamente inofensivo. Na direita, Nino Paraíba anulava Robinho, enquanto que Pratto não conseguia escapar da perseguição de Fábio Ferreira e Antônio Carlos. É bem verdade que a Macaca não manteve a intensidade o tempo todo, o ritmo caiu um pouco nos minutos finais, e os mineiros ganharam um pouco de terreno. Aí apareceu Aranha para salvar em cobrança de falta no último lance e garantir um intervalo tranquilo aos campineiros. 
O segundo tempo começou ainda melhor. O último passe que faltou na etapa inicial apareceu aos dois minutos, com um lançamento preciso de Galhardo para Felipe Azevedo acertar uma bomba e fazer um golaço. O jogo estava sob controle da Macaca, e o Galo não esboçava reação. O cenário começou a mudar quando Eduardo Baptista, por necessidades físicas, precisou começar a mexer na equipe. 
Com Azevedo e Galhardo sem condições de aguentar os 90 minutos, o técnico sentiu falta de opções no banco. Eram cinco desfalques consideráveis: Grolli (suspenso), Wendel, Pottker e Zé Roberto (questões burocráticas) e Rhayner (departamento médico). Primeiro, Galhardo sentiu dores aos dez minutos, e Eduardo recorreu a Elton, mas perdeu a capacidade do meia de segurar a bola. Depois, foi a vez de Azevedo sair. A escolha do comandante pontepretano foi colocar Jeferson em campo e adiantar Nino Paraíba para a segunda linha - assim como havia feito na reta final em Chapecó.

Após as trocas, a Ponte caiu de produção. Ainda assim, tinha o domínio da partida. Até Clayson vacilar na intermediária e perder a bola que ocasionou no gol de Pratto, com a defesa desarrumada. O Galo renasceu com o gol, aos 29 minutos, e a Ponte sentiu o baque. Eduardo ainda teve que fazer mais uma mudança forçada depois de Nino Paraíba sentir - Wellington Paulista entrou. Clayson teve a chance de se redimir, mas mandou para fora um cruzamento de Wellington Paulista, piorando seu saldo no jogo


Já sem tanto volume ofensivo, o jeito era segurar a vitória. Enquanto isso, o Atlético-MG, com talentos individuais de sobra em campo e no banco, cresceu com as entradas de Cazares e Dátolo e foi para cima. Aranha salvou na primeira, em chute de Júnior Urso, mas nada pôde fazer quando espalmou escanteio de Dátolo, Robinho dominou sozinho dentro da área e estufou as redes. Estava feito o estrago: dois vacilos ofuscaram uma atuação que, eliminação à parte, foi mais uma vez de igual para igual contra uma das potências do futebol brasileiro. 
Resta saber como o elenco vai digerir a eliminação. A expectativa era grande, tanto do grupo, como da torcida. A decepção foi na mesma proporção. A primeira resposta do time será dada domingo, contra o Atlético-PR, às 11h, em Curitiba. O alento é que o desempenho deixa um horizonte positivo. Por mais que o resultado final induza a pensar o contrário. 
Ponte Preta x Atlético-MG Copa do Brasil (Foto: Fabio Leoni / PontePress)Clayson vacilou no lance do primeiro gol do Galo, e Ponte sentiu o golpe (Foto: Fabio Leoni / PontePress)

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