Mudanças do treinador, na partida com o Botafogo, fizeram time se tornar mais versátil
Mano altera posicionamentos e funções, e Cruzeiro melhora contra o Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro/Light Press)
O esquema tático 4-2-3-1 vem sendo usado por Mano Menezes desde que chegou ao Cruzeiro. O sistema de jogo funciona da seguinte forma: o 4 representa os dois zagueiros e os dois laterais; o 2 é a dupla de volantes; o 3 significa os três meias; e o 1 é o atacante. O treinador tem o time titular bem definido e só faz alguma mudança quando é obrigado, ou por contusão ou por suspensão. Com isso, além de mostrar coerência ao elenco, Mano consegue dar entrosamento ao time. Isso facilita também a vida dos reservas, que, quando entram, se adaptam mais facilmente ao que o treinador quer. Os time titular do Cruzeiro está na cabeça do torcedor: Rafael; Lucas, Manoel, Bruno Rodrigo e Edimar; Henrique e Ariel Cabral; Robinho, Arrascaeta e Rafael Sobis; Ramón Ábila.
Vamos falar especificamente de um número do esquema cruzeirense, o 3. Não é exagero dizer que os três meias são o coração do time e se eles vão bem, o time tem sucesso na partida, até porque os meias têm obrigações ofensivas e defensivas no sistema de jogo de Mano Menezes. Não é raro ver nas partidas, quando o Cruzeiro não tem a posse de bola, Robinho atuando bem próximo a Lucas na direita, e Sobis colado com Edimar, na marcação. O mesmo acontece com Arrascaeta e a dupla de volantes. Isso ocorre porque, na recomposição da equipe, Robinho, Arrascaeta e Sobis têm papel fundamental. Desnecessário dizer que, com a posse de bola, os três têm funções e posições bem definidas.
Na escalação do time, divulgada antes dos jogos, o torcedor lê o 3 com Robinho, Arrascaeta e Rafael Sobis. Isso significa que Robinho joga pela direita, Arrascaeta pelo meio, e Rafael Sobis pela esquerda. Na vitória de 5 a 2 sobre o Botafogo, quinta-feira, no jogo de ida das oiatavas de final da Copa do Brasil, no entanto, o Cruzeiro atuou com um 3 diferente: Arrascaeta, Robinho e Rafael Sobis. As peças, obviamente, não mudaram, mas quem exerce as funções sim. O uruguaio jogou aberto pela direita, enquanto Robinho ficou centralizado. Sobis permaneceu na esquerda. Entenda melhor nos dois desenhos abaixo.
No primeiro tempo da goleada por 5 a 2 sobre o Botafogo, o Cruzeiro atuou com o Esquema 2 (confira nas imagem abaixo). Arrascaeta foi o responsável pela marcação e pela armação de jogadas pela direita, com Robinho jogando pelo meio.
Esquema 2 - Cruzeiro com Arrascaeta na direita e Robinho centralizado (Arte: GloboEsporte.com)
No segundo tempo, o treinador voltou ao Esquema 1 (confira nas imagens abaixo), que é o que vem utilizando normalmente. O time teve boa atuação nos dois tempos, mas a volta para a maneira antiga de jogar foi determinante para a construção da goleada, conforme diz o próprio Mano Menezes.
Esquema 1 - Cruzeiro com Robinho na direita e Arrascaeta centralizado (Arte: GloboEsporte.com)
- A gente tem aproveitado bem o intervalo, ainda é uma equipe com pouca rodagem comigo. Ás vezes você enxerga coisas importantes. Jogamos de maneira diferente hoje (quinta-feira), com o Robinho pelo meio, e o Arrascaeta pela direita. O Arrascaeta, às vezes, sofre as vezes para marcar. É natural porque sobrecarrega o jogador,. Depois mudamos, com Arrascaeta por fora, e Robinho por dentro, e aí conseguimos ampliar o placar.
Mais importante do que gráficos, esquemas táticos e números, entretanto, são as variações de jogo e de peças que um time consegue ter dentro da própria partida e de um jogo para o outro. Isso o Cruzeiro mostrou que está conseguindo fazer.
- Nossos jogadores são bem versáteis do meio pra frente, com exceção do Ábila que joga centralizado. Nós podemos mudar a formação sem mudar as peças. O futebol exige isso hoje e o grupo está de parabéns por isso - finaliza Mano Menezes.
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