terça-feira, 7 de março de 2017

Real? Campeões de 99 apontam semelhanças com Palmeiras de 2017

Jogadores que conquistaram a Libertadores pelo clube veem poder econômico parecido, elogiam estrutura atual e confiam no bicampeonato da América


Torcedores do Palmeiras mostram grande esperança na conquista do bicampeonato da Taça Libertadores da América neste ano e, diante do poderio financeiro propiciado por patrocinadores, chegam a chamar o time de "Real Madrid das Américas". E quem já levantou o troféu pelo clube, em 1999, dá aval para essa expectativa.
– O Palmeiras era o primo rico das Américas na década de 1990. Era diferenciado pelo poder econômico e pelas melhores práticas de gestão, com alto investimento em atletas capacitados e na melhor infraestrutura. Como acontece hoje. Tanto na nossa época quanto hoje, não se ganha jogo só com isso. Mas, estando entre os melhores, você fica mais perto da conquista – falou o ex-volante César Sampaio, capitão em 1999.

Sérgio Cesar Sampaio Palmeiras Libertadores 1999 (Foto: Agência Estado)César Sampaio, ao lado do goleiro Sérgio, levanta a taça da Libertadores de 1999 pelo Palmeiras (Foto: Agência Estado)



















O atual campeão brasileiro não poupou dinheiro para trazer dois astros do vencedor da última Libertadores – Miguel Borja, eleito o melhor jogador das Américas em 2016, e Guerra, craque da Libertadores – e reforços conhecidos mundialmente, como Felipe Melo e Michel Bastos. Parecido com o que ocorreu em 1999.
Para a Libertadores daquele ano, o Palmeiras, que tinha conquistado a Copa do Brasil e a Copa Mercosul no ano anterior, já contava com nomes como Arce, Junior Baiano, Júnior, Zinho, Alex, Paulo Nunes e Oséas. Mas o técnico Luiz Felipe Scolari pediu à co-gestora Parmalat e trouxe o zagueiro Rivarola, seu homem de confiança no Grêmio, o meia Jackson, destaque do Brasileiro anterior pelo Sport, e promoveu a volta de dois ídolos bicampeões brasileiro e paulista em 1993 e 1994: o atacante Evair, que estava na Portuguesa, e César Sampaio, do Yokohama Flugels, do Japão.
– Eu tinha feito uma grande Copa do Mundo em 1998 e tinha propostas do La Coruña, da Espanha, do West Ham, da Inglaterra, e do Olympiacos, da Grécia. Mas a Parmalat igualou os valores que eu ganharia fora do país e voltei. Foi uma operação parecida com a feita com o Borja, que era cobiçado pelo futebol chinês, mas o caminhão de dinheiro do Borja está bem mais cheio – lembrou Sampaio.
É bem nítido que o Palmeiras também está montando um time para ganhar a Libertadores
Evair
– Era a mesma situação de hoje: o Palmeiras tinha estrutura, grupo, elenco. Na época, os valores eram bem menores, mas já é bem nítido que o Palmeiras também está montando um time para ganhar a Libertadores, reforçando a equipe que conquistou o Brasileiro com jogadores que já ganharam a Libertadores e estão acostumados a esses jogos – comparou o ex-atacante Evair.
Mas Mustafá Contursi, presidente do clube na época, não enxerga qualquer semelhança. Ele discorda até na comparação da relação que o Palmeiras tinha com a Parmalat, co-gestora do futebol profissional do clube entre 1992 e 2000, em relação à parceria atual de patrocínio com o grupo da Crefisa e da FAM, iniciada no começo de 2015.
Evair Palmeiras Paulistão 1993 (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Evair acha que o Palmeiras tem mais chances este ano (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
– Não tem a menor comparação. Eram épocas diferentes e a equipe de 1999 já vinha sendo quase que continuadamente montada há anos, enquanto, agora, fizeram muitas contratações. Na situação financeira, estávamos com uma co-gestão de muito tempo, já tinha uma filosofia de trabalho. E os parâmetros de investimentos eram outros – falou o ex-presidente.
Confiança
A diretoria atual está trabalhando sem se expor tanto. No ano passado, praticamente todos os jogadores falavam em título mundial nas entrevistas na pré-temporada e a equipe foi eliminada logo na fase de grupos da Libertadores.
Agora, o clube investiu mais alto e em nomes mais habituados à competição continental, mas lidando melhor com a pressão e a empolgação da torcida. Para quem foi campeão da Libertadores em 1999, porém, o segundo título da história do clube na competição é uma possibilidade bem real.
Chega um momento na vida do jogador em que o que vale são os desafios, ele quer estar entre os melhores
César Sampaio
– A oportunidade de ganhar a Libertadores é muito grande pelo que os outros times vêm mostrando e porque grandes rivais que se acostumaram a ganhá-la não estão disputando neste ano. É preciso saber aproveitar isso. É um torneio muito especial – opinou Evair.
– Eu acredito no Palmeiras campeão da Libertadores. Como aconteceu em 1999, a diretoria também se preocupou em ter pilares de sustentação, que é ter um goleiro, um zagueiro, um jogador de meio-campo e um atacante que sejam experientes e diferenciados. Chega um momento na vida do jogador em que o que vale são os desafios, ele quer estar entre os melhores, bater no Mike Tyson para ver se ele é tão forte mesmo. E o elenco tem o Fernando Prass, o Zé Roberto, o Edu Dracena e o Alecsandro para ajudarem a transformar a ansiedade do torcedor em energia para o elenco – indicou Sampaio.

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