sábado, 4 de março de 2017

Brasileiro cogitado na Bolívia brinca sobre cidadania: "Se casasse aqui..."

Ex-zagueiro de clubes pequenos no Brasil, Ricardo Duarte vive bom momento no
Blooming, e casamento poderia adiantar naturalização. Sobre o país: "Me surpreendi"



ricardo duarte, blooming (Foto: Hernán Virgo / Diez.bo)Ricardo Duarte está no Blooming desde julho do ano passado (Foto: Hernán Virgo / Diez.bo)
Diante da tremenda concorrência para vestir a amarelinha do Brasil, atuar no futebol de outros países e, por ventura, naturalizar-se é o caminho mais curto que alguns brasileiros encontram para fazer parte de uma seleção. Por vezes, até saem do país com isso em mente. Ricardo Duarte nunca teve o sonho de defender a Bolívia, no entanto. E nem foi esse o motivo que o fez aceitar uma proposta do Blooming, clube que disputa a primeira divisão do país. Mas, de uns tempos para cá, se empolgou com a possibilidade de tornar-se boliviano para defender a equipe atualmente comandada por Maurício Soria. Nem que precise casar para isso.
Explica-se. Para que seja possível adquirir a cidadania, o jogador deveria estar no país por, pelo menos, cinco anos - Ricardo chegou somente em julho do ano passado. Ter pais ou avós bolivianos também facilita esse trâmite. Uma terceira opção seria casar com alguém nascido na Bolívia. 
Ricardo Duarte vive um bom momento no Blooming e comenta o caso com bastante senso de humor. O zagueiro, que marcou seu primeiro gol pelo clube na semana passada, conta que não houve nenhum convite oficial da seleção boliviana ou algo do tipo, apenas comentários da imprensa e dos mais próximos. Mas se fosse preciso casar para defender a Bolívia, por que não?
Aqui está sendo bom demais. Me surpreendi para caramba aqui. Cheguei e, graças a Deus, consegui me firmar. A gente sempre tem o preconceito sobre a Bolívia e tudo, mas é um mercado que está se expandindo bastante. 
Ricardo Duarte
- Por enquanto, não há nada concreto. Mas, se chegasse, eu teria que estar no país há mais de cinco anos. Outra situação que poderia adiantar esse processo seria se eu casasse com uma boliviana, porque não tenho nenhum tipo de parentesco. É um pouco difícil. Ou eu ficando aqui cinco anos ou casando com uma boliviana. Se casar, aí eu poderia servir de imediato. Acho que vou arrumar uma boliviana aqui e vou casar, irmão (risos) - brinca ele.
- Sou solteiro. Se eu casasse aqui, de imediato poderia conseguir a cidadania. Já era um adianto. Mas fico feliz porque surgiu essa possibilidade, eu nem penso como seria essa questão da burocracia - completou.
ricardo duarte com ganso na base do santos (Foto: Vinícius Vieira / Santos)Ricardo Duarte jogou na base do Santos ao lado de Ganso, Neymar e companhia (Foto: Vinícius Vieira / Santos)
























No Brasil, Ricardo Duarte foi formado nas categorias de base do Santos e atuou profissionalmente por equipes como Penapolense, Democrata-MG, América de Teófilo Otoni e Uberaba. No Blooming, agarrou uma vaga no time titular e vem sendo um dos pilares da equipe que está em terceiro lugar no Campeonato Boliviano, a quatro pontos do líder Guabirá.
- Aqui está sendo bom demais. Me surpreendi para caramba aqui. Cheguei e, graças a Deus, consegui me firmar. A gente sempre tem o preconceito sobre a Bolívia e tudo, mas é um mercado que está se expandindo bastante. Então, está sendo uma experiência legal, está me abrindo vários mercados e oportunidades também - festeja ele, que tem contrato com o Blooming até maio deste ano.
ricardo duarte, do blooming, capa do diez (Foto: Divulgação)Ele foi capa do Diez quando marcou (Foto: Divulgação)
Viagra na altitude
Um dos temas mais antigos e polêmicos do futebol é o uso de viagra em partidas com altitude elevada. Há quem defenda que o aumento da oxigenação no sangue auxilie nesses casos, e há quem condene citando riscos à saúde. Perto de completar um ano na Bolívia, Ricardo Duarte já fez uso do medicamento quando foi atuar nas alturas, e por recomendação do próprio clube, como ele explica.

- Sobre esse tema do viagra, alguns times que vêm para cá usam. Falaram para a gente que ajuda um pouco na oxigenação do sangue e tudo. Eu tomei metade, mas não tomo com frequência, não. Só quando a gente tem jogos na altura. Eu usei duas vezes, porque o organismo acaba se adaptando um pouco. Nos primeiros jogos, é um pouco difícil a adaptação, por isso eu usei. Depois, o organismo se adapta legal e vai tranquilo. É ruim jogar na altura, a recuperação é tardia, complicada. Alguns bolivianos usam, mas normalmente também tomam algum suplemento, algo do tipo para ajudar a dar uma despertada. Mas são poucos. Os estrangeiros que vêm de fora usam mais.

Mas, afinal de contas, tomar viagra ajuda nesses casos? O brasileiro acredita que sim.

- Não sei se é o fator psicológico também, porque quando você escuta falarem que é bom, que ajuda, você acaba rendendo um pouco mais. Mas fez uma diferença para mim, sim. Senti algo diferente. Você se sente mais alerta. Para evitar os efeitos da altura é complicado, mas me senti um pouco diferente, sim. É um tema polêmico, eu sei, mas você quer sempre estar rendendo bem, manter a regularidade dos jogos. Você acaba até esquecendo essa parte - finalizou. 

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