Raio-x com três comentaristas de peso para comparar o Verdão atual com o time que conquistou o torneio há 18 anos
Palmeiras campeão da Libertadores em 1999 leva vantagem sobre o time atual
Com reforços de peso e uma expectativa gigantesca, o Palmeiras estreia na Libertadores de 2017 nesta quarta-feira, contra o Tucumán, na Argentina. A torcida anda empolgada com a possibilidade de ver o Verdão conquistando o torneio pela segunda vez na história. A primeira foi em 1999, com um time repleto de craques, como Marcos, César Sampaio, Alex e Zinho. Dá pra acreditar que Evair era reserva de Oséas?
Ouvimos três especialistas para saber: qual time é melhor, o de 1999 ou o atual?
Convidamos os jornalistas Mauro Beting (atualmente no Esporte Interativo, Jovem Pan e UOL), Paulo Vinicius Coelho (da Fox Sports, UOL, Folha de S. Paulo e Rádio Globo) e Roberto Avallone (comentarista do SporTV) para fazer uma avaliação, de posição por posição, dos times comandados por Luiz Felipe Scolari em 1999 e Eduardo Baptista hoje em dia.
O resultado: 7 a 4 para o time campeão no fim do século passado. Do time atual, só Yerry Mina, Tchê Tchê, Dudu e Miguel Borja venceram os duelos contra os jogadores daquela época (Júnior Baiano, Rogério, Paulo Nunes e Oséas, respectivamente).
– Mina não só é fora de série. É extraordinário, vai fazer história no futebol. É alto e rápido. Sai bem com a bola – opina Avallone.
– Rogério era versátil, mas acho Tchê Tchê mais completo. Dá mais alternativas – analisa Mauro Beting.
– Dudu é mais passador, mais veloz, mais jogador – diz PVC, na comparação com Paulo Nunes.
Do time de 1999, Marcos, Arce, Roque Júnior, Júnior, César Sampaio, Alex e Zinho ganharam os duelos com os jogadores do time atual. Como a lesão de Moisés deve deixá-lo fora de toda a Libertadores (passou por cirurgia nos ligamentos do joelho esquerdo), Keno foi quem entrou na votação, concorrendo com Zinho. Os três comentaristas ressaltaram que, mesmo se Moisés estivesse bem, Zinho seria o eleito por eles.
A posição que mais gerou discussão foi a lateral esquerda.
– Na idade do Zé (42 anos), voto Júnior. Zé foi mais jogador do que Júnior na carreira toda. Neste momento, não – diz PVC.
– No auge de ambos, a carreira do Zé é melhor do que a do Júnior. Mas o Júnior de 99 era melhor do que o Zé Roberto de 2017 – analisa Mauro Beting.
Nas outras posições, o trio foi unânime.
– Marcos e Prass? Um é santo, o outro, servo de Deus. É a segunda escala da entidade. Prass está a caminho de virar um, mas ainda não é Marcão – diz Mauro Beting.
– Embora Jean chute bem, Arce era um grande chutador e grande centrador – afirma Avallone.
– Roque era mais zagueiro, mais técnico, apesar do Vitor Hugo ter impulsão cavalar. Roque foi fundamental na disputa de pênaltis. Torcida estava muito quieta. Ele botou fogo na torcida. Foi fundamental na conquista – lembra Mauro Beting.
– Felipe Melo é bom jogador, mas César Sampaio não era só volante bom de marcação, ele ia bem para o ataque também. Eu o apelidei de Monstro do Parque Antártica – ressalta Avallone.
– Alex ou Guerra? Não tem nem comparação. Espero que o Guerra seja fundamental na campanha como foi o Alex – diz Mauro Beting.
– Alex ou Guerra? Não tem nem comparação. Espero que o Guerra seja fundamental na campanha como foi o Alex – diz Mauro Beting.
Qual TIME é melhor?
Os comentaristas pregam cautela e ressaltam que a campanha na primeira fase pode ser determinante para o futuro da equipe de Eduardo Baptista.
– Precisa ver como esse conjunto vai render. Vai sentir a ausência do Moisés. Acho que aquele time de 99 era a cara do Felipão. Era mais vertical, com mais bolas cruzadas. O time atual parece ser menos técnico do que aquele, mas pode vir a ser tão competitivo quanto. Acredito, sim, que possa ser campeão. É um dos principais times (na Libertadores), para não dizer o mais favorito – afirma Mauro Beting.
PVC vê semelhança na montagem do grupo, mas diz que a empolgação da torcida agora é muito maior do que aquela vista antes da competição de 1999.
– O que tinha era um planejamento parecido. (Na época) O Palmeiras falava em ganhar todas competições, montou elenco com sobreposição. No começo, não era empolgação, era planejamento igual. Estava em fase diferente. O time ganhava muita coisa havia muito tempo. Ganhar a Libertadores era importante porque não tinha, mas o palmeirense estava saciado. Não estava sedento por mais títulos como está agora.
Dentro de campo, taticamente, há diferenças entre as equipes de 2017 e de 1999. O time de Felipão utilizava muito as laterais com Júnior e principalmente Arce cruzando para Oséas, sem esquecer as precisas investidas de Alex. A equipe de Eduardo Baptista prima pela cadência e pela bola nos pés, como cita Paulo Vinícius Coelho.
– Eduardo Baptista é técnico de posse de bola. Felipão é técnico de intensidade. Marcação pesada, contra-ataque... Não é posse de bola. Eduardo Baptista quer um time que troque passes. Essa é a diferença fundamental. Esse time também pode ser campeão, mas vai acabar se descobrindo a partir da fase de grupos – analisa o comentarista.
Palmeiras de 1999 (Foto: Arquivo / Agência Estado)
Para Roberto Avallone, no conjunto, o Palmeiras que conquistou o Brasileirão do ano passado era até melhor que o de 1999. Apesar dos reforços contratados, Avallone acredita que o time piorou em 2017, principalmente por causa da lesão de Moisés, que ficará no mínimo seis meses fora, e da saída de Gabriel Jesus.
– O time do Felipão de 1999 era guerreiro. Tinha Sampaio, Zinho e Alex para contrabalancear. O time do ano passado era mais rápido, mais insinuante. Jesus foi embora. Moisés se machucou. Se a equipe tivesse continuado a mesma de 2016, eu a elegeria como melhor do que a de 1999. Mas esse começo de ano não foi como o esperado – explica.
E para você, qual equipe é melhor? A de 1999 ou a de 2017?
Palmeiras de 2017 (Foto: César Greco / Ag. Palmeiras / Divulgação)
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