sábado, 1 de outubro de 2016

Em ótima fase no Zenit, Giuliano vibra com Seleção: "Tite me chamou por méritos"

Meia-atacante é o destaque do time russo na temporada, com oito gols em nove jogos


Tem jogo do Zenit? Então tem gol ou assistência de Giuliano! Esses fatos têm se tornado constantes desde que o meia-atacante chegou ao clube em julho deste ano, procedente do Grêmio. Ao todo, são nove partidas nesta temporada, com oito gols e seis assistências. Números impressionantes de um jogador que também vem ganhando espaço nas convocações de Tite. Neste domingo, o brasileiro entra em campo no clássico contra o Spartak, líder do Campeonato Russo com 19 pontos, três a mais do que o Zenit.
E por falar em Tite e seleção brasileira, o jogador garante que vem ganhando chances com o treinador por tudo o que fez em um passado recente no Grêmio, e não por já ter trabalho com o comandante em outra fase da carreira. Giuliano se apresenta para os jogos das eliminatórias da Copa de 2018 após o clássico russo deste domingo.
Giuliano Zenit (Foto: Getty Images)Giuliano comemora gol pelo Zenit (Foto: Getty Images)
- Eu sou muito tranquilo sobre análises, opiniões. Sou muito bem resolvido. Sei quando estou bem e quando estou mal. Sei que o Tite me chamou por méritos, e não porque trabalhou comigo no Internacional. Mas tenho que provar todo dia. As avaliações ficam por conta da imprensa, que sempre vai encontrar quem deve sair ou chegar. Sou bem resolvido sobre isso e tranquilo - afirmou Giuliano
Pergunta: O início da sua carreira no Zenit está sendo surpreendente. Como foi essa rápida adaptação?
Giuliano: Quando cheguei, o clube já tinha feito a pré-temporada. Tive três semanas de preparação, uma espécie de pequena pré-temporada. E tinha de esperar também a documentação. Nesse período, fui treinando e conhecendo os jogadores. Fui entrando aos poucos, até me tornar titular na terceira partida.
Pela média de gols, é sua melhor fase artilheira na carreira. Você mudou seu posicionamento? Aponta alguns motivos para o grande número de gols e assistências?
- A minha adaptação foi até mais rápida do que eu esperava. A facilidade do idioma deixa as coisas mais fáceis em campo (Giuliano atuou por quatro anos no Dnipro, da Ucrânia, país que também adota o idioma russo). E aqui no Zenit, os estrangeiros também falam inglês e espanhol. A equipe joga no 4-2-3-1, o que me facilita. Faço uma função de meia, mas com bastante liberdade. Fico perto da área, dos atacantes, mas também volto para buscar a bola com os volantes. O fato de estar mais perto do gol facilita. É uma equipe muito técnica, estou muito feliz com esse momento.
Giuliano Dnipro (Foto: Getty Images)Meia defendeu o Dnipro na Ucrânia (Foto: Getty Images)
Qual é a grande diferença do Russo para o Ucraniano, que você conheceu bem atuando pelo Dnipro?
- A diferença está na qualidade técnica das equipes. O Russo, sem dúvida, é mais competitivo. Na Ucrânia tinha o Dínamo de Kiev, o Shakhtar e o Dnipro (como principais forças). No Russo, os times têm muitos estrangeiros, pagam bem e são bem organizados. Então, essas são as diferenças que eu senti.
Quando o Tite fez a primeira convocação da seleção brasileira, seu nome foi tratado de certa forma como surpresa. Você esperava ser convocado no início do trabalho dele?
- A gente sempre pensa, toda convocação gera uma expectativa. Sempre achei que poderia fazer parte do grupo. Mas essa convocação foi em um processo de mudança, tinha acabado de chegar na Rússia. Mas estava jogando em um nível alto no Grêmio, com bons números. Foi pelo trabalho que fiz no Grêmio, não ainda na Rússia. Então agradece ao trabalho no Grêmio, do Roger (ex-treinador) e meus companheiros.
E você chegou em um momento de mudanças na Seleção, que estava com uma pressão muito forte. Tite conseguiu duas vitórias logo nos dois primeiros jogos. Chegou o momento de uma mudança completa na equipe, que pode resgatar o sentimento de orgulho do torcedor?
- Sem dúvida, o processo de mudança está acontecendo, a evolução é visível. A Seleção cresceu em consistência tática, eficiência. O torcedor volta a confiar. Mas nesse momento, nosso objetivo é a classificação para a Copa do Mundo de 2018. E com o tempo o Brasil vai voltar a jogar o futebol que encanta o brasileiro.
Giuliano seleção (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)Giuliano deixa claro que já esperava uma chance na seleção brasileira (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Você agradeceu ao trabalho feito no Grêmio pela sua convocação. Por coincidência, após a sua saída o time caiu de rendimento no Campeonato Brasileiro e despencou na tabela. Essa fase irregular do time passa pela sua saída?
- Eu tinha uma facilidade grande porque conhecia o time e tinha um bom relacionamento, e uma função tática bem definida. Com a minha saída, as características mudaram. E tem também o momento do futebol. Não acho que eu era a peça que fazia a diferença, mas o Grêmio entrou nessa fase e não conseguiu se recuperar ainda. Fico triste, o time estava bem e em alto nível.
Além da queda de rendimento, o técnico Roger Machado não suportou os resultados e pediu demissão. Isso atrapalha para a sequência da temporada, uma mudança que não era esperada?
Giuliano, Grêmio x Coritiba (Foto: Marcello Zambrana/Agif/Estadão Conteúdo)Jogador agradece o trabalho feito pelo Grêmio (Foto: Marcello Zambrana/Agif/Estadão Conteúdo)
- Sem dúvida. O problema do futebol brasileiro é o imediatismo. O resultado é o mais importante. O Grêmio acertou quando o contratou, é um técnico jovem que fez um elenco desacreditado jogar. Fazia um bom Campeonato Brasileiro, com um bom trabalho. Fiquei triste por ele ter pedido para sair. Tinha condições de puxar mais do elenco e poderia fazer um trabalho ainda melhor. Colocou o time entre os cinco melhores do Brasil.
Na sua melhor temporada goleadora, você marcou 16 gols e deus seis assistências em 59 jogos pelo Internacional, em 2010. Agora já são oito gols e seis assistências em nove jogos pelo Zenit. Dá para sonhar com a chuteira de ouro da Europa (prêmio entregue ao goleador da temporada europeia)?
- Jamais pensei nisso. Quando vim para o Zenit, não coloquei objetivo individual, mas sim coletivo. Isso aparece normalmente. Quero aproveitar esse momento especial, estou conseguindo vários objetivos na minha carreira. 
Você foi contratado pelo Zenit depois de o clube ter vendido Hulk para o futebol chinês. Em algum momento foi considerado o substituto dele?
- Hulk foi ídolo aqui, muito bem. Quando eu cheguei, teve alguma comparação sim. Estou usando a camisa que foi dele. O início marcando gols e dando assistências acabou gerando essa comparação. Me identifico com ele, quero seguir seus passos no clube.
O jogo deste domingo é importante na briga pela ponta da tabela. Pode ser determinante também na disputa pelo título...
- Estamos na briga pelo título, é um confronto direto. É importante não deixar o líder abrir, se distanciar. Mas é um passo de cada vez, o jogo é em casa. Espero poder atuar bem e colocar o Zenit na primeira colocação.

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