Estatísticas das últimas temporadas mostra que campeonato tende a chegar aberto na próxima etapa, que será em Interlagos. Faltam três corridas para o encerramento
Desde o início da era da tecnologia híbrida na F1, em 2014, Nico Rosberg e Lewis Hamilton disputaram 56 corridas como pilotos da Mercedes. Em apenas uma ocasião, curiosamente a primeira delas, Rosberg venceu e Hamilton não marcou pontos. Foi no GP da Austrália de 2014, em Melbourne. Pois se essa combinação de resultado se repetir domingo, no Circuito Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, Rosberg conquistará seu primeiro título mundial.
Nesta quarta-feira, as 11 equipes que disputam o campeonato trabalhavam intensamente no autódromo mexicano. Alguns equipamentos ainda chegavam de Austin, no Texas, onde a F1 se apresentou domingo. Nesta quinta-feira tudo tem de estar pronto para amanhã os pilotos entrarem na pista no primeiro treino livre da 19ª etapa do calendário, a partir das 13 horas, horário de Brasília, 10 horas na capital asteca.
Lewis Hamilton e Nico Rosberg fazem dobradinha da Mercedes no GP dos EUA (Foto: Reuters)
Como aconteceu uma única vez em 56 provas, as chances de Rosberg somar 25 pontos e Hamilton nenhum, domingo, são pequenas, mas na hipótese de se repetir o ocorrido no Circuito Albert Park, em 2014, Rosberg definirá o Mundial na 19ª etapa de um total de 21, ou seja, com 90,47% das corridas realizadas. Existe um ranking dos campeonatos que terminaram mais cedo, o que evidencia a superioridade de um piloto e uma equipe.
O recordista é Michael Schumacher, com Ferrari, que em 2002 tornou-se campeão ainda no GP da França, em Magny-Cours, 11.º de um total de 17, ou com 64,7% do total. O presidente da FIA na época, Max Mosley, entendeu que foi um mal tão grande para os interesses da F1 que mudou o critério de pontos de 2002 para 2003, temeroso que a superioridade de Schumacher e da Ferrari repetissem o feito em 2003.
Desde 1991, o vencedor recebia 10 pontos, o segundo colocado, 6, o terceiro, 4, o quarto, 3, o quinto 2, e o sexto, 1. O então presidente da FIA reduziu a importância da vitória ao continuar lhe atribuindo 10 pontos, mas o segundo passou a somar 8, o terceiro, 6, o quarto, 5, o quinto, 4, o sexto, 3, o sétimo, 2, e o oitavo, 1.
Em 2010, para abrir o leque de pilotos e escuderias que chegam na zona dos pontos, a FIA introduziu a maior revisão do critério de pontuação da história. O vencedor passou a receber 25 pontos, o segundo, 18, o terceiro, 15, o quarto, 12, o quinto, 10, o sexto, 8, o sétimo, 6, o oitavo 4, o nono, 2, e décimo, 1.
Hamilton e Rosberg podem chegar ao GP do Brasil próximos em questão de pontuação (Foto: EFE)
JOGO PODE MUDAR
O histórico das três últimas temporadas mostra que a combinação de resultado contrária a que dá o campeonato a Rosberg, e nesse caso significa reabrir de vez a disputa pelo título, ou seja, Hamilton vencer e o alemão não marcar pontos, é mais frequente. Nesses 56 GPs da era híbrida, Hamilton venceu e Rosberg não somou pontos duas vezes em 2014, Inglaterra e Cingapura, e em uma ocasião no ano passado, na prova de Sochi, na Rússia.
Hoje, depois da vitória de Hamilton no GP dos Estados Unidos, domingo, ele ficou a 26 pontos de Rosberg na classificação. O alemão, segundo colocado em Austin, lidera o Mundial com 331 pontos, seguido de Hamilton, com 306. O terceiro, sem chance de título, Daniel Ricciardo, da RBR, soma 227.
Para celebrar seu primeiro título Rosberg teria de adicionar os 25 pontos da vitória aos seus 331 e atingir 356 pontos. Hamilton teria de permanecer com os 305 atuais. Nessa hipótese a diferença entre Rosberg e Hamilton cresceria dos atuais 26 pontos para 51 (26+25), e haveria em jogo nos dois GPs finais, Brasil, dia 13 de novembro, e Abu Dhabi, 27, somente 50 pontos (25+25).
Na hipótese inversa, vitória de Hamilton e Rosberg não marcar pontos, o alemão ficaria com os mesmos 331 pontos enquanto o inglês, 330 (305+25). A diferença cairia de 26 para 1 ponto. Ao longo do ano, Rosberg somaria 9 vitórias e Hamilton, 8, primeiro critério de desempate. O título ficaria, literalmente, com quem fosse melhor em Interlagos e no Circuito Yas Marina.
Rosberg estabeleceu a pole position nas duas etapas em 2014 e 2015. Em 2014, venceu em São Paulo e teve problemas no sistema de recuperação de energia cinético (MGU-K) no GP de Abu Dhabi, não marcando pontos. Hamilton venceu a última etapa, 100% do campeonato, e foi campeão. Em 2015, Rosberg largou na pole nos dois eventos e ganhou os dois. Hamilton já havia sido campeão em Austin, 16ª etapa de 19, ou 84,2%.
Como pela lei das probabilidades é pouco provável que Rosberg defina o título domingo, o campeonato tende a chegar aberto na etapa seguinte, no Brasil. E a prova de São Paulo tem vocação para permitir aos brasileiros assistir à festa pela conquista do título.
GP do Brasil foi palco de seis títulos desde 2004 , incluindo bicampeonato de Alonso em 2006 (Foto: Getty Images)
Desde que o evento passou do início para o fim do campeonato, a partir de 2004, quem foi a Interlagos viu em 2005 e 2006 Fernando Alonso ser campeão, com Renault, em 2007, Kimi Raikkonen, Ferrari, 2008, Hamilton, McLaren, 2009, Jenson Button, Brawn GP. Em 2012, o GP do Brasil voltou a ser decisivo, quando Sebastian Vettel, com RBR, foi tricampeão.
Em 2005, foi a 17ª etapa de 19, portanto com 89,5% da temporada concluídos, em 2006, na 18ª e última, ou 100%, em 2007, na 17ª e última, 100%, 2008, 18ª e última, 100%, 2009, 16 de 17, ou 94,1%, e 2012, na 20ª e última, 100%.
Nos 66 campeonatos de F1 já disputados, esta é a 67ª edição – tudo começou em 1950 -, em 28 ocasiões o campeão foi conhecido apenas na última corrida do ano, 100%. Com algo semelhante ao que Rosberg precisa, agora, domingo, 90,4%, apenas oito vezes.
Espera-se no fim de semana ótimo público no Autódromo Hermanos Rodriguez e um show da torcida, semelhante ao do ano passado, quando o México voltou ao calendário, depois de 23 anos ausente. O representante local, Sergio Perez, da Force India, disputa sua melhor temporada na F1.
Somou até agora 84 pontos, sétimo colocado, tendo obtido dois pódios, terceiro em Mônaco e em Baku, no Azerbaijão. Sua performance é bem melhor que a do companheiro, Nico Hulkenberg, com 54 pontos, de saída para a Renault. Os mexicanos têm, também, Esteban Gutierrez, na Haas, mas num mau momento, sem pontos, ainda, ao passo que o companheiro, Romain Grosjean, tem 29. Seu futuro é incerto no time norte-americano.
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