Aos 80 anos, fundador da Chapecoense afirma que sonho chegou ao fim
Alvadir Pelisser ainda se recupera de um AVC sofrido em janeiro
Clube foi campeã estadual apenas quatro anos após sua fundação (Foto: Divulgação/Chapecoense)
Um dos fundadores da Chapecoense, Alvadir Pelisser, avalia o acidente aéreo que vitimou a maioria do elenco, na madrugada desta terça-feira (29) do clube como o fim de um sonho. Em entrevista à BBC Brasil, o dirigente, que se recupera de um AVC sofrido em janeiro, disse estar em choque.
“Essa tragédia acaba com o sonho de todo mundo. Foi tanto trabalho…vendi muita rifa para sustentar o clube logo no início. Éramos uma família. Estou em choque e muito emocionado. A vida nos prega cada peça… Ainda estou me recuperando do derrame que sofri quando acordei com essa notícia. É muito triste. Não sei nem o que falar”.
Afastado da rotina do clube que ajudou a fundar há 43 anos, por conta de seu estado de saúde, Pelisser fala com saudosismo dos desafios enfrentados para alçar a Chapecoense à elite do futebol brasileiro.
“Tive de vender muita rifa para pagar salário de jogador. No início, ninguém acreditava em nós. Não tínhamos nem campo de futebol direito. Jogávamos em Xaxim (cidade próxima a Chapecó). Éramos idealistas. E conseguimos chegar longe”.
Por fim, o dirigente afirmou se sentir orgulhoso pelo posto que o clube catarinense exerce atualmente.
“A Chapecoense deixou sua marca entre os grandes clubes brasileiros. É um orgulho para nós, para a nossa cidade e para o Brasil”.
Entenda o acidente:
Ainda na madrugada desta terça-feira (29), a Rádio Caracol, da Colômbia, noticiou que a aeronave modelo RJ 80 sumiu dos radares nos arredores do município de Rionegro. O avião de matrícula CP2933 decolou da Bolívia, onde a delegação da Chapecoense, além de convidados e membros da imprensa, fez uma escala, mas apresentou problemas elétricos entre os municípios de La Ceja e La Unión. Os goleiros Danilo e Jackson Follmann, o lateral esquerdo Alan Ruschel e o zagueiro Neto foram resgatados com vida, além de uma auxiliar de voo que ainda não foi identificada, e Rafael Henzel, jornalista da Rádio Oeste Capital.
Segundo a apuração do Esporte Interativo, Alan Ruschel e dois tripulantes estão no Hospital Sommer. O jogador sofreu fraturas na lombar e na coluna, está em estado grave, porém estável. No Hospital San Vicente de Paúl está Jackson Follmann, que está vivo e sendo atendido, mas representantes da Chapecoense não autorizaram o hospital a divulgar o quadro dele.
O Hospital San Juan de Díos de la Sierra diz que o goleiro Danilo não resistiu. A Cruz Vermelha da Colômbia informa que já foram resgatados 47 corpos.
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