Fabrício relata que japoneses não costumam demonstrar empolgação nos vestiários, e Bueno aponta que equipe "tem toda a condição" de superar o Real na decisão
Bueno e Fabrício são os brasileiros do elenco do Kashima Antlers (Foto: Jorge Natan)
Há menos de duas semanas, o Kashima Antlers entrava em campo precisando superar o Urawa Red Diamonds fora de casa para conseguir conquistar o Campeonato Japonês depois de sete anos. Dificilmente, algum dos atletas imaginaria que dias depois, com o título nacional assegurado, estariam vivendo a expectativa de representar a Ásia pela primeira vez em uma decisão do Mundial de Clubes, logo diante do gigante Real Madrid, de Cristiano Ronaldo, comandado por Zidane.
Recém-chegado ao futebol japonês, onde desembarcou justamente para defender o Kashima Antlers em 2016, o meia Fabrício não escondeu sua surpresa ao ver a equipe japonesa na decisão. Questionado se a empolgação também está estampada no rosto dos companheiros de equipe, o brasuca relatou que o modo de ser dos japoneses não deixa tão evidente a alegria pelo momento.
- Eles são um pouco diferentes, não demonstram muito o que estão sentindo, mas a gente está feliz para caramba, sabemos da importância desse título. E estar numa final dessa, contra o Real Madrid ainda... Nossa motivação é muito grande, nem caiu a ficha ainda direito. A gente não tem nem noção ainda. Ás vezes, a gente para pensar e começa a falar: "Caramba, Mundial de Clubes, mano. Estamos na final". Estamos motivados, não vemos a hora de chegar o jogo logo, para passar a ansiedade. Mas deles não conseguimos perceber muito, eles não são quentes como os brasileiros, naquilo de "vamos". Mas eles estão concentrados, concentram de um jeito japonês - disse.
Bueno também chegou ao Kashima nesta temporada, mas já atua no futebol japonês há três anos - desde os 18 -, tendo passado por Vissel Kobe e Shimizu Pulse. Por isso, o defensor aponta que já consegue perceber nos companheiros de elenco o mesmo sentimento que os brasucas têm pela chance de jogar a decisão.
- Eu cheguei a conversar com alguns jogadores, que disseram "Nossa, estamos na final do Mundial!". Eu também parei para pensar, e a ficha ainda não caiu. Deus nos trouxe aqui, e acho que não foi à toa. E o time tem toda a condição de ser campeão desse Mundial aí - opinou o zagueiro.
Únicos brasileiros do elenco do Kashima, Fabrício e Bueno hoje representam o país em um clube em que sempre teve o verde e amarelo muito forte em sua essência - com Zico sendo o grande ídolo de sua história, pelo que fez como jogador, primeiramente, e depois como técnico, na década de 1990. E os brasucas também se lembraram do Galinho ao falar do momento histórico para o clube.
- Agora ficamos mais fortes, com essa classificação histórica. Creio que o Zico também está muito feliz. Ele está sempre motivando. Um clube do tamanho do Kashima sendo reconhecido também é muito importante. É um privilégio muito grande entrar para a história do clube que ele começou. Nunca imaginei que iria chegar a uma final do Mundial, e ainda mais por um clube japonês. Estou muito feliz e é um privilégio para mim - disse Fabrício.
Bueno apontou que o camisa 10 que fez história no Flamengo e na seleção brasileira ainda é conservado com amor nos corações dos fãs do Kashima.
- O Zico meio que fundou a história dos brasileiros no futebol japonês, e creio que nesse momento ele está orgulhoso. O Kashima o ama, e sei que ele também ama o Kashima. É o primeiro clube japonês a chegar a uma final do Mundial, o Kashima entra para a história, e a gente também. E creio que o Zico, onde estiver, está acompanhando, feliz. E a gente só tem a agradecer tudo que ele fez e faz pelo Kashima.
- O Zico meio que fundou a história dos brasileiros no futebol japonês, e creio que nesse momento ele está orgulhoso. O Kashima o ama, e sei que ele também ama o Kashima. É o primeiro clube japonês a chegar a uma final do Mundial, o Kashima entra para a história, e a gente também. E creio que o Zico, onde estiver, está acompanhando, feliz. E a gente só tem a agradecer tudo que ele fez e faz pelo Kashima.
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