quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Chape revela pedido de Del Nero para jogo com o Atlético-MG: "Grande festa"

Presidente da CBF sugere a presidente em exercício da Chapecoense que escale os juniores. Imunidade ao rebaixamento nos próximos anos será discutido ainda em 2016



Arena Condá Chapecoense (Foto: David Abramvezt)Encontro entre Chape e Galo será realizado na Arena Condá (Foto: David Abramvezt)
A prioridade da CBF no momento é dar suporte aos feridos e aos familiares das vítimas da tragédia da Chapecoense. Porém, a entidade deixou claro que não vai se opor a qualquer homenagem ao clube catarinense. A começar pela última rodada do Campeonato Brasileiro.
A assessoria de imprensa da confederação afirmou que Chapecoense e Atlético-MG vão se encontrar na última rodada do Campeonato Brasileiro. A partida está marcada para 11 de dezembro, às 17h (de Brasília), assim como os outros confrontos do dia. A ideia é que seja feita uma homenagem na Arena Condá, com participação direta do clube mineiro. Ivan Tozzo, presidente em exercício da Chapecoense, falou sobre a conversa que teve com Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.
- Ainda não pensamos (sobre como será a partida). Conversei com o presidente Del Nero sobre a partida contra o Atlético-MG. Ele disse: "Este jogo tem que acontecer. Tem que ser uma grande festa". Respondi: "Não temos 11 jogadores". Ele disse: "Tem sim. Vocês têm categoria de base, os jogadores que ficaram. Não importa. Tem que fazer uma grande festa. Chapecó e a Chapecoense merecem" - afirmou Ivan Tozzo.
Com o adiamento em uma semana da rodada final do Brasileiro, muitos jogadores não teriam condições de defender seus clubes atuais, pois os contratos entre eles terminam em 5 de dezembro, segunda-feira que seria o primeiro dia após o término da disputa. Para a resolução desse problema, o presidente Marco Polo Del Nero já deixou a Diretoria de Registro e Transferência em alerta. Provavelmente, tais acordos serão prolongados por uma semana, e a CBF arcará com os custos extras dos mesmos.
Outras medidas em forma de apoio ao Verdão do Oeste estão sendo discutidas, como a impossibilidade de rebaixamento no Brasileiro pelos próximos três anos. Alguns clubes da Série A também já manifestaram interesse em disputar a rodada final com o uniforme da Chape, além de emprestarem jogadores sem custo ao time catarinense. Confira abaixo:
Imunidade ao rebaixamento
A CBF afirma que a possibilidade da Chapecoense não ser rebaixada no Campeonato Brasileiro nas próximas três temporadas será discutida ainda em dezembro deste ano, no arbitral dos clubes. É neste evento que é definido o Regulamento Geral das Competições da próxima temporada.
Uso de camisas da Chape pelos demais clubes
Alguns clubes já entraram em contato com a CBF para terem a autorização de vestirem o uniforme da Chapecoense na última rodada do Brasileirão. A entidade não vê problema nisso e acredita que o único entrave que pode acontecer é a fornecedora de material da Chape, a Umbro, não conseguir disponibilizar o necessário. Principalmente se todos os clubes decidirem participar da homenagem, tendo em cada jogo uma equipe com o uniforme principal e outra com o reserva.
Clubes querem emprestar jogadores sem custo 
A CBF não se opõe à medida - já praticada e regulamentada nas competições. A entidade só terá um trabalho maior por conta das transferências em massa que serão feitas com a Chapecoense.

INFO - acidente avião chapecoense v3 (Foto: Editoria de Arte)

Renato Gaúcho se veste de Chapecoense e lamenta tragédia

Treinador do Grêmio chorou durante entrevista coletiva e lembrou de ex-companheiros mortos no acidente

Renato Gaúcho não segurou as lágrimas durante entrevista coletiva - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Renato Gaúcho não segurou as lágrimas durante entrevista coletivaFoto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Renato Gaúcho surpreendeu a todos nesta quarta-feira quando entrou na sala de imprensa do Grêmio para conceder entrevista coletiva vestindo a camisa de outro clube. O treinador estava com o verde da Chapecoense e lamentou a tragédia, que tirou a vida de dois de seus ex-companheiros.

O atual treinador jogou com Mario Sergio, que era atualmente comentarista da Fox Sports, e com Caio Júnior, que era o treinador da Chapecoense. Com o primeiro, inclusive, viveu um de seus maiores capítulos na vida: a conquista do Mundial de clubes com o Grêmio em 1983.

“Estou colocando a camisa da Chapecoense para homenagear este clube tão querido por todos. Hoje não temos time e não temos cor, somos todos Chapecoense. A dor e a tristeza é muito grande, é muito difícil passar por uma coisa dessas. Foi um orgulho muito grande jogar com o Mario Sérgio e com o Caio, fomos campeões juntos. Mario Sérgio procurou passar toda sua experiência para aquele grupo jovem no mundial”, disse ele.

Renato Gaúcho se emocionou durante a entrevista coletiva, chegou a chorar, lembrou da perda dos pais e disse que os jogadores da Chapecoense “serão para sempre heróis”. Ele disse que no clube, deve ser o que mais trabalhou com pessoas envolvidas no trágico acidente. Além de Caio Júnior e Mario Sérgio, Renato treinou Ananias, Cleber Santana, Matheus Biteco, Dener e Follmann.

Depois das homenagens, Renato tentou voltar ao assunto Grêmio e disse que está trabalhando para que o grupo supere o acidente para se focar na conquista da Copa do Brasil, que disputa a final contra o Atlético-MG. Ele não ligou para o fato do jogo ter sido adiado em uma semana.

"Nessas horas você não consegue nem achar as palavras, hoje sei que ainda estou nas cordas, ontem todos estavam abatidos. É duro, mas precisamos levantar a cabeça e ir em frente, temos um objetivo muito grande. Se tivermos problema de ritmo de jogo, o nosso adversário também terá. Única coisa que vamos mudar, é trabalhar o psicológico, para levar a cabeça depois dessa tragédia. Tem milhões de pessoas tristes por essa tragédia, Falei que não podemos deixar nosso torcedor triste”, comentou.

Em homenagem a Chapecoense, FIFA 17 libera uniforme gratuitamente

Após tragédia, EA Games homenageia o clube de Santa Catarina



Fifa 17 uniforme Chapecoense - homenagem a chapecoense, FIFA17
Foto: Divulgação

O FIFA 17 liberou gratuitamente os uniformes e o emblema da Chapecoense para os jogadores do modo Ultimate Team. A EA Games está homenageando o time após o acidente trágico de avião que matou atletas, técnico e outros profissionais do time na última segunda-feira (29).

Ao iniciar o FIFA 17, a seguinte mensagem aparece na tela: “Vista esse uniforme e escudo em apoio aos amigos, familiares e fãs da Chapecoense. Força Chape”. O kit inclui os uniformes verde e branco. Não há informações se a novidade ficará disponível permanentemente.

O FIFA 17 está disponível para PlayStation 4, Xbox One, PC, PlayStation 3 e Xbox 360 (os dois últimos consoles não possuem o modo história).

Vítima da tragédia, lateral Dener iria casar nesta quinta

Noiva do atleta, Amanda Machado não esperou a chegada do corpo ao Brasil e viajou para a Colômbia: "ficha ainda não caiu"

Amanda não deixou Dener usar a aliança antes do casamento - Cleberson Silva/Chapecoense
Amanda não deixou Dener usar a aliança antes do casamentoFoto: Cleberson Silva/Chapecoense

Uma das vítimas do acidente aéreo com o elenco da Chapecoense, o lateral-esquerdo Dener iria casar nesta quinta-feira. Noiva do atleta, Amanda Machado revelou a última conversa com o companheiro pelo celular pouco antes do embarque do time rumo à Colômbia.

“A gente estava junto há 7 anos. O último contato foi antes da ida para a Colômbia. Ele disse que estava com saudade e que nos amava muito, que tinha visto um pai com um filho e ficou com mais saudade do filho dele ainda. Quando ele mandou a mensagem eu não vi, e quando eu respondi ele já estava dentro do voo. Agora não tem o que fazer mais”, disse em  entrevista ao repórter Márcio Campos, no aeroporto de Guarulhos.

“O casamento era quinta-feira agora. Quando ele chegasse do jogo a gente iria para o cartório. A aliança estava comprada já. Ele queria usar a aliança antes e eu não deixei, só depois que a gente casasse”, lamentou.

Muitas famílias desistiram da viagem para aguardar o reconhecimento dos corpos no Brasil, mas Amanda resolveu embarcar para Medellín mesmo assim para “acabar com a angústia”.

“Preciso acabar com isso logo. Essa angústia está me corroendo por dentro. Está doendo demais. Preciso ir lá e ver que é verdade porque a ficha não caiu”, afirmou.

Embaixador diz que 20 corpos já foram identificados em Medellín

Julio Bitelli afirma que reconhecimento das vítimas tem sido feito com digitais e prescinde da presença de familiares. Processo total de ser concluído nesta quarta


O embaixador brasileiro na Colômbia, Julio Bitelli, informou que ao menos 20 corpos das 71 vítimas do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense já foram identificados na manhã desta quarta-feira, em Medellín, na Colômbia. Em entrevista ao “Redação SporTV”, ele frisou que não é preciso a presença dos familiares para reconhecer os mortos na tragédia, já que o processo via impressão digital tem funcionado de forma célere. Bitelli destacou que o procedimento deve estar totalmente concluído ainda nesta quarta, o que permitirá o transporte das vítimas ao Brasil.  
- Nesta manhã, dos 71 corpos resgatados de vítimas fatais, 20 já foram plenamente identificados. As equipes colombianas, com apoio dos especialistas brasileiros, estão trabalhando ininterruptamente, e há uma expectativa de que nesse ritmo seja possível, ainda hoje, completar essa etapa do processo que será possível permitir o transporte dos corpos para o Brasil – disse. 
Embaixador Julio Bitelli diz que 20 corpos já foram identificados (Foto: Reprodução SporTV)Embaixador Julio Bitelli diz que 20 corpos já foram identificados (Foto: Reprodução SporTV)
Bitelli disse que a embaixada brasileira em Bogotá reuniu uma força tarefa em Medellín com sete funcionários para atender às vítimas que morreram e os seis sobreviventes do acidente, que aconteceu na madrugada da última terça-feira. O embaixador destacou que a Polícia Federal brasileira trouxe dados de impressões digitais das vítimas para auxiliar na identificação.  
- Em um primeiro momento, se pensava que seria preciso a presença de familiares para ajudar na identificação dos corpos. As condições em que o acidente ocorreu que permitiram que os corpos fossem recuperados em estado de fácil reconhecimento. Junto com o fato de que a polícia federal brasileira já trouxe para Medellín as fichas datiloscópicas de todos os brasileiros, o que permite o processo de identificação por digital, o que torna mais fácil e possa prescindir dessa etapa tão traumática que é o familiar reconhecer seu ente querido em circunstâncias tão trágicas - disse. 
A Força Aérea Brasileira possui dois aviões de prontidão em Manaus, no Amazonas, à espera do fim do processo de reconhecimento dos corpos para realizar o transporte de Medellín para o Brasil. No Instituto Médico Legal da cidade colombiana já há carros de uma funerária contratada para o translado até as aeronaves. O prazo máximo dado pelas autoridades do país para o envio das vítimas é este final de semana.
O avião da companhia aérea boliviana LaMia decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, na noite de segunda-feira, em direção a Medellín, onde a equipe da Chapecoense realizaria o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, nesta quarta-feira. Cerca de 30 minutos antes de iniciar o processo de aproximação ao aeroporto, a aeronave relatou problemas técnicos e acabou fazendo um pouso de emergência em uma região de montanhas. Dos 77 passageiros, apenas seis sobreviveram: os jogadores Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann, o jornalista Rafael Henzel, e os tripulantes Ximena Suárez e Edwin Tumiri.

Em Belo Horizonte, Roger Machado acerta últimos detalhes com o Galo

Treinador que fez um bom trabalho no Grêmio pode assumir o Atlético-MG



Roger Grêmio desembarque Porto Alegre (Foto: Rodrigo Oliveira/Agência RBS)Roger, ex-Grêmio, deve acertar com o Atlético-MG (Foto: Rodrigo Oliveira/Agência RBS)
Roger Machado está próximo de ser o novo treinador do Atlético-MG. Ele desembarcou na manhã de quarta-feira em Belo Horizonte, a convite do clube mineiro, pelo Aeroporto de Confins. Uma fonte ligada ao Grêmio, último time do técnico, afirmou que Roger está na capital mineira apenas para fechar os últimos detalhes do contrato com o clube alvinegro. 
A reunião com dirigentes do Atlético-MG, para acertar detalhes, deve ser realizada na parte da tarde. O treinador, de 41 anos, teve um trabalho de destaque no Grêmio, em 2015, quando foi o responsável por montar a equipe que levou o tricolor à decisão da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG. 
Foi contratado em maio do ano passado, substituindo Felipão. Levou o Grêmio para a Libertadores com uma campanha acima das expectativas. Neste ano, porém, fracassou na tentativa de conquistar a Libertadores da América e o Campeonato Gaúcho. Ele se desligou do clube em setembro, quando deu lugar a Renato Gaúcho. 
Roger deixou o Grêmio em setembro, após o time sofrer uma goleada para a Ponte Preta. Segundo números da sua assessoria, o técnico completou a passagem pelo clube gaúcho com 94 jogos. No cargo desde 26 de maio de 2015, conseguiu um retrospecto de 48 vitórias, 22 empates e 24 derrotas (58,9% de aproveitamento). No período, o Tricolor marcou 137 gols e sofreu 92 gols. 

Tirado do voo, Nivaldo cancela o seu jogo 300 e se aposenta após tragédia

Às lágrimas, goleiro reserva de 42 anos revela que seria homenageado na rodada final



Nivaldo, Chapecoense (Foto: Amanda Kestelman)Nivaldo às lágrimas ao voltar à Arena Condá nesta quarta-feira pós-tragédia (Foto: Amanda Kestelman)
tragédia que vitimou quase todo o elenco da Chapecoense na madrugada da última terça-feira, em Rionegro, na Colômbia, comoveu o mundo e abalou o emocional de vários jogadores. Entre eles alguns do próprio clube que não viajaram.
É o caso do goleiro reserva Nivaldo, que está no Verdão do Oeste desde 2007 e, aos 42 anos, planejava se aposentar ao fazer o seu jogo de número 300 pela equipe contra o Atlético-MG na Arena Condá.
Havia um planejamento para ele entrar nos minutos finais contra o Palmeiras para completar 299 partidas e deixar para ser homenageado na última rodada do Campeonato Brasileiro. Mas como a programação mudou, e a delegação viajaria direto da São Paulo sem retornar a Chapecó, o jogador foi tirado do voo de última hora.
– Era para eu ir na viagem e acabei ficando. Tudo tem um propósito na vida. Acabei ficando porque eu iria jogar, talvez contra o Palmeiras, porque iria fazer minha despedida no jogo aqui contra o Atlético-MG, quando iria completar 300 jogos pelo clube. Como houve mudança na viagem, eles não retornariam a Chapecó e iriam direto de São Paulo para Medellín. Então o Caio falou que não iria me levar porque como não iria jogar abriu opção para levar outro atleta. Disse que não tinha problema. Infelizmente aconteceu o acidente – disse às lágrimas.
Ao voltar à Arena Condá nesta quarta-feira, Nivaldo se mostrou muito abalado e confirmou não ter cabeça para jogar mais ao ser questionado pela imprensa se teria encerrado a sua carreira.
– Como atleta sim, momento de pensar no clube, junto com os que aqui ficaram, para que a gente possa formar uma nova Chapecoense.
O acidente na Colômbia matou 71 pessoas e deixou seis feridas, entre elas três jogadores da Chapecoense. O goleiro Jackson Follmann teve uma perna amputada e não conseguirá mais jogar futebol. Os outros dois, o zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel, estão em estado crítico.

Coritiba recusou voo oferecido pela empresa Lamia para Medellín

Clube teve proposta de empresa de fretamento para partida contra o Atlético Nacional para a Sul-Americana, em outubro, mas optou por empresa aérea de voos regulares



kazim coritiba medellín sul-americana (Foto: Divulgação/Coritiba)Coritiba enfrentou 15 horas de viagem até Medellín, pela Sul-Americana (Foto: Divulgação/Coritiba)
O Coritiba recusou uma proposta de voo fretado pela mesma empresa aérea que levava a equipe da Chapecoense para Medellín, no trágico acidente que vitimou 71 pessoas e deixou seis feridos. Na partida contra o Atlético Nacional pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, o clube recebeu a oferta da empresa de fretamento assim como de outras, mas optou por usar uma companhia aérea com voos regulares para o voo até a Colômbia. O jogo aconteceu no dia 26 de outubro, com vitória do time colombiano por 3 a 1. 
A proposta foi confirmada pela assessoria de imprensa do Coritiba, que informou que os responsáveis pela logística do time não irão se pronunciar sobre os motivos da recusa da oferta. 
Para chegar a Medellín, o Coritiba viajou cerca de 15 horas em trajeto que iniciou na capital paranaense, teve escala em São Paulo, Bogotá e, por fim, Medellín. Os jogadores chegaram na noite de segunda-feira na cidade colombiana e tiveram pouco mais de 48 horas de adaptação. 
Apesar da recusa do Coritiba, a Lamia era uma empresa bastante usada por equipes de futebol para viagens entre os países da América do Sul. Entre eles, as seleções da Argentina, da Bolívia e Venezuela a utilizaram durante deslocamentos das eliminatórias da Copa do Mundo. Outras equipes como Olimpia do Paraguai, Real Potosi, da Bolívia, e o próprio Atlético Nacional já haviam a utilizado.
A Lamia é uma pequena empresa aérea boliviana e possuía uma frota de apenas três aviões do mesmo modelo, conforme apurado pelo GloboEsporte.com. Segundo Gustavo Vargas, diretor geral da empresa, duas delas estavam em inspeção e, portanto, apenas um avião estava em funcionamento. O British-Aerospace BAE-Avro 146 tem quatro turbinas e capacidade para 90 passageiros. Eles foram adquiridos em fevereiro e março de 2014 já com idade de 17 anos.

Para honrar atletas mortos, Chape sub-20 quer disputar torneio

Jogadores se reúnem e afirmam desejo de participar de competição que começa neste sábado, mas definição caberá à diretoria do clube


É complicado, é difícil. Mas a Chapecoense precisa, aos poucos, retomar sua rotina. Na manhã desta quarta-feira, dia em que a equipe principal entraria em campo para enfrentar o Atlético Nacional, pelo jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, os jogadores da equipe sub-20 se reuniram numa sala da Arena Condá para tratar do futuro a curto prazo. E decidiram disputar a Copa Ipiranga, que começa neste sábado, em Porto Alegre. A definição, entretanto, caberá a diretoria e comissão técnica.
A estreia da Chapecoense na competição está marcada para a próxima segunda-feira, contra o Corinthians. Antes, nesta quinta-feira, o time sub-20 enfrentaria o Criciúma pelo segundo jogo da final do Campeonato Catarinense – a Chape venceu por 1 a 0 a partida de ida – mas o confronto foi adiado.
 A maioria dos jogadores do time sub-20 participou da reunião, marcada pela tristeza e emoção. O volante Lucas Mineiro foi um dos que pediram a palavra no encontro, que terminou com uma oração.
- Nós decidimos jogar a Copa Ipiranga, e agora quem vai definir é a diretoria. Queremos jogar para mostrar nossa força e honrar os amigos que se foram - disse.
Thales endossou as palavras do companheiro de time:
- Tomamos a decisão. Agora é com diretoria e comissão técnica.
Jogadores Chapecoense sub-20 (Foto: Janir Júnior)Lucas Mineiro (ao centro) foi um dos jogadores do sub-20 da Chapecoense que optar por disputar torneio da categoria (Foto: Janir Júnior)

Porta-voz defende LaMia 'Já transportamos até a Argentina'

Mário Pacheco negou problemas na aeronave e prometeu apoio à família das vítimas

LaMia boliviana operava há um ano - Reuters
LaMia boliviana operava há um anoFoto: Reuters

As autoridades colombianas passaram parte da madrugada desta quarta-feira reunidas no aeroporto de Medellín para conversar sobre o acidente com o avião que trazia a delegação da Chapecoense. Um dos convidados ao encontro foi o representante da empresa aérea boliviana LaMia, Mário Pacheco, que ao fim da conversa, disse aos jornalistas que a aeronave não tinha problema de autonomia e ressaltou que a companhia tem experiência em transportar times de futebol.

A imprensa colombiana especula que o avião que trazia o clube catarinense para a final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, caiu nas proximidades do aeroporto por ter ficado sem combustível. O representante negou. "Isso depende de como a aeronave opera o voo. A parte técnica vai determinar em que nível o voo estava e como podia melhorar a autonomia. O avião tinha combustível, mas não sei quanto. Não tenho informação técnica", disse.

Pacheco explicou que a companhia, fundada há cerca de um ano, tem toda a documentação necessária para operar voos fretados e que não há risco de erro do piloto. "Falha humana não há. No momento em que realizarem as investigações periciais das gravações das caixas-pretas do avião, vão poder determinar quais foram as causas", explicou. O avião era pilotado pelo dono da companhia, Miguel Quiroga.

Segundo o representante, o proprietário era experiente e pilotava uma aeronave fabricada em 1999. A LaMia tem uma frota de três aviões e já tinha feito um outro voo da Chapecoense anteriormente, fora o transporte de equipes e seleções da América do Sul. 

"Já voamos com as seleções da Venezuela e da Argentina. Também o Atlético Nacional, o Junior Barranquilla", contou. A seleção argentina foi transportada pela LaMia durante a última rodada das Eliminatórias, quando inclusive jogou com o Brasil, em Belo Horizonte.

Pacheco prometeu que a empresa vai se comprometer em ajudar a família das vítimas. "A empresa ativou o centro de emergência e a polícia de seguros. Vai cobrir todos os gastos dos feridos que sejam necessários", afirmou.

Jogadores do Sport prestam homenagens às vítimas da tragédia envolvendo a Chapecoense

Atletas leoninos foram às redes sociais lamentar o ocorrido e prestar solidariedade aos familiares; Rithely lembrou do amigo Ananias


Sport presta solidariedade à Chapecoense nas redes sociais (Foto: Divulgação)
Sport presta solidariedade à Chapecoense nas redes sociais (Foto: Divulgação)

A tragédia envolvendo a Chapecoense, que aconteceu na madrugada desta segunda (28) para terça-feira (29), repercutiu entre os jogadores do Sport. Muitos atletas rubro-negros prestaram homenagens às vítimas envolvidas no acidente, que somaram 71 casos fatais.

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Especialista diz que avião não tinha autonomia para levar a Chape

Ex-diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas afirma que aeronave deveria ter combustível para emergência

Acidente com a Chape é a maior tragédia do futebol brasileiro - Fredy Builes/Reuters
Acidente com a Chape é a maior tragédia do futebol brasileiroFoto: Fredy Builes/Reuters

O avião Avro RJ-85, da empresa LaMia, não tinha autonomia para fazer o trajeto entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia. É o que apontam especialistas ouvidos pela rádio BandNews FM sobre o acidente que vitimou 71 pessoas no voo que levava a delegação da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana.
Segundo o comandante Carlos Camacho, ex-diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, uma aeronave só pode decolar se tiver capacidade para voar até o trajeto previsto, além de uma alternativa e mais 30 minutos para emergências, totalizando cerca de 45 minutos.

O site oficial da Lamia, que estava fora do ar ontem, mostra que o modelo utilizado tem autonomia para voar, no máximo, 2.965 quilômetros com o tanque cheio. O portal Flight Radar, que monitora voos em todo o mundo, aponta que o voo da tragédia (LMI 2933) percorreu 2.975 km até desaparecer do radar.
A hipótese principal hipótese é que o piloto e sócio da Lamia Miguel Quiroga tenha planejado um voo com sem ter o combustível necessário, o que seria considerado crime e poderia ter causado o acidente.
Ontem, o diretor da Aeronáutica Civil da Colômbia, Alfredo Bocanegra, reforçou esta hipóteses e confirmou que o avião da Lamia não tinha autonomia para o percurso e deveria ter parado para reabastecer.

Clube que revelou Cleber Santana, Sport oferece salão nobre da Ilha do Retiro para velório

Rubro-Negro deu opção aos familiares do jogador, falecido nesta madrugada em tragédia que envolveu time da Chapecoense



Cleber Santana, que foi revelado no Sport, brilhava na Chapecoense (Foto: Flickr/Chapecoense)
Cleber Santana, que foi revelado no Sport, brilhava na Chapecoense (Foto: Flickr/Chapecoense)

Líder e capitão da Chapecoense, Cleber Santana era um dos nomes mais emblemáticos do maior time de todos os tempos da instituição catarinense. A dois passos da glória, e aos 35 anos, o meia tinha a chance de um dos maiores títulos da sua carreira, principalmente por ser um dos expoentes da equipe.

Mas o que poucos sabem e muitos não lembram é que Cleber iniciou sua carreira no Sport Club do Recife. Por isso, o clube pernambucano ofereceu à família de Santana o salão nobre da Ilha do Retiro para a realização do velório dele.

Entenda o acidente:

Ainda na madrugada desta terça-feira (29), a Rádio Caracol, da Colômbia, noticiou que a aeronave modelo RJ 80 sumiu dos radares nos arredores do município de Rionegro. O avião de matrícula CP2933 decolou da Bolívia, onde a delegação da Chapecoense, além de convidados e membros da imprensa, fez uma escala, mas apresentou problemas elétricos entre os municípios de La Ceja e La Unión.

Os goleiros Danilo e Jackson Follmann, o lateral esquerdo Alan Ruschel e o zagueiro Neto foram resgatados, além de uma auxiliar de voo que ainda não foi identificada, e Rafael Henzel, jornalista da Rádio Oeste Capital. Infelizmente Danilo não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo.

Alan Ruschel e dois tripulantes estão no Hospital Sommer. O jogador sofreu fraturas na lombar e na coluna, tem quadro estável. No Hospital San Vicente de Paúl está Jackson Follmann, que está vivo e teve uma perna amputada, mas agora também apresenta quadro estável. O Hospital San Juan de Díos de la Sierra diz que o goleiro Danilo não resistiu. O zagueiro Neto teve um trauma  no tórax direito e esquerdo, além de ter rompido o ligamento do punho direito. Após encontrar 71 corpos, a polícia deu por encerrada as buscas. No total, 77 pessoas embarcaram na aeronave.

Diretor da Lamia: voo poderia parar para reabastecer e plano B complicou

Aeroportos de Cobija e de Bogotá eram alternativas para o avião que conduzia a Chapecoense fazer parada no caminho; veto da ANAC mudou planejamento inicial



Chapecoense avião embarque Colômbia (Foto: Reprodução)Delegação da Chapecoense em frente ao mesmo avião da Lamia que caiu na Colômbia (Foto: Reprodução)






















O plano de voo do avião da Chapecoense que caiu nas proximidades do aeroporto de Medellín nesta terça-feira previa a possibilidade de o avião parar no meio do caminho para abastecer. De acordo com o general boliviano Gustavo Vargas, diretor da empresa aérea Lamia, as cidades de Cobija, no norte da Bolívia, e Bogotá, capital da Colômbia, eram alternativas para aterrissagem caso houvesse necessidade.
O voo fretado da Lamia que terminou em tragédia saiu de Santa Cruz de la Sierra com destino a Medellín. Antes disso, a delegação da Chapecoense pegou um voo comercial de São Paulo até Santa Cruz. Este, no entanto, foi o plano B da equipe catarinense. A ideia inicial era viajar com a Lamia desde o Brasil até a Colômbia, com uma parada para reabastecer na Bolívia. Porém, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) vetou o fretamento, pois de acordo com regras da aviação, uma empresa da Bolívia não pode fazer um voo do Brasil para a Colômbia, apenas companhias dos dois países envolvidos teriam a autorização.
- O voo poderia fazer uma parada técnica, com a possibilidade de se reabastecer de combustível, no município de Cobija, no extremo norte da Bolívia, mas isso não ocorreu. De Santa Cruz, teria que ir a Cobija, e de lá para Medellín. Mas eles foram direto para Bogotá, e aí o capitão teria que ver a possibilidade de seguir ou aterrissar. Era de noite. Por essa negação do Brasil tudo se complicou um pouco. Deveríamos sair do Brasil, entrar na Bolívia mais ao norte e ir para Medellín, mas o Brasil não nos deu essa autorização - disse Vargas, em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo.
Apesar de alertar que o veto da ANAC dificultou e causou a mudança do planejamento inicial, o diretor da Lamia destacou que o piloto e dono da empresa boliviana, Miguel Alejandro Murakami, era experiente e confiável para traçar uma nova rota. O desastre aéreo deixou 71 mortos e seis feridos, entre jogadores do time brasileiro, membros da comissão técnica, dirigentes convidados, jornalistas e tripulação. 
- Pelo visto, se o piloto continuou é porque podia. Continuou e aconteceu esta catástrofe que nos machuca muito. Mas se ele considerava que não tinha combustível, ele teria que ir até Bogotá para reabastecer. O aeroporto de Bogotá, de acordo com o plano de voo, era a alternativa para qualquer coisa. Antes de passar por Bogotá ele tinha de tomar a decisão, se estava com combustível teria que seguir, mas se havia algo errado com o combustível deveria parar - explicou Gustavo Vargas.
Site da Lamia mostra que autonomia máxima de combustível do avião é de 2965km (Foto: Reprodução)Site da Lamia mostra que autonomia máxima de combustível do avião é de 2965km (Foto: Reprodução)















Segundo informações técnicas do próprio site da Lamia, a autonomia máxima do avião modelo British-Aerospace BAE-Avro 146 é de 2.965km de distância. Na Colômbia, o porta-voz da Lamia, Mario Pacheco, confirmou que o avião que conduzia e Chape tinha realmente autonomia para cerca de 3 mil quilômetros - ou seja, praticamente a mesma distância de 2.975 quilômetros em linha reta entre os aeroportos de Santa Cruz de la Sierra e Medellín, deixando o combustível no limite para a viagem.
Atacante do Atlético Nacional cita abastecimentos
A informação de que o voo da Chapecoense poderia parar para reabastecimento vai de encontro com o que disse o atacante Miguel Ángel Borja, do Atlético Nacional, time que disputaria a final da Copa Sul-Americana com a equipe catarinense. O jogador do clube colombiano, que já viajou diversas vezes com  o mesmo avião e o mesmo piloto do acidente aéreo, afirmou que era comum a aeronave ter que pousar para colocar mais combustível.
- Nós já viajamos neste avião, conhecíamos até a tripulação. Tomara que agora que isso aconteceu as equipes tenham a consciência de melhorar as condições (de viagem), porque várias vezes paramos para abastecer quando voamos com este avião. Todos nós estamos em reflexão, porque isso não pode acontecer. Nós viajamos no mesmo avião, com o mesmo capitão, em várias ocasiões. Tivemos medo, porque o avião é muito pequeno, muitas vezes parou em aeroportos para abastecer, porque não alcançaria o destino final. Queremos que a federação, que a Conmebol nos deem mais recursos para viajarmos com mais segurança e comodidade – disse Borja, ao canal colombiano Kick Off.
Acidente avião chapecoense  (Foto: Agência Reuters)Acidente com avião da Chapecoense acontecer perto do aeroporto de Medellín (Foto: Agência Reuters)